quarta-feira, 25 de maio de 2011

Juventude Sufocada!


Juventude Sufocada.
O pessimismo nunca ganhou nenhuma batalha, mas, é assim que me sinto.
A Assembleia Legislativa deveria ser a casa do povo e me pergunto se algum dia foi?
Estive presente em duas audiências públicas nesta casa, a do dia 06 de maio (numa sexta-feira, audiência sobre Energia Eólica) e a do dia 10 de maio (numa terça-feira, audiência sobre Educação); em ambas não pude falar. Na primeira delas toda a imprensa estive presente além do Senador Garibalde Alves agora Ministro, do Deputado Henrique Alves, Presidente da FIERN e outros representantes do Governo Federal. Falou-se nesta audiência em algo em torno de R$13 bilhões em investimentos para os próximos anos, falou-se também na revolução que tais investimentos provocariam na economia potiguar, falou-se da posição e interesse da Governadora em construir um Instituto Internacional para Pesquisas na área da energia eólica. Falaram muito, apenas eles, porque até hoje não sei qual modelo estadual servirá de base para a criação desse instituto, se o ensino básico e a forma como a educação é gerida e praticada ou se o modelo da UERN que cresceu muito e não tem condições físicas, nem orçamentária para manter-se (a saber: conta de luz, telefone, água, combustível, bolsas de pesquisa que estão em atrasos desde setembro do ano passado), ainda há o modelo da FAPERN que promete à anos a cidade da Ciência e ainda não concluía as obras. É esse o estado que quer ser modelo em pesquisas eólicas? Tenho minhas dúvidas, talvez se tivessem aberto aos questionamentos da plateia eu e muitos outros pudessem ter seus questionamentos esclarecidos, saímos com muitas dúvidas!
A outra reunião tivesse conhecimento por acaso, estava tentando solicitar uma audiência pública para debater sobre a atual realidade da UERN, inclusive distribuí fotos das instalações precárias da UERN (algumas podem ser vistas aqui: http://jogonoli.blogspot.com/2011/05/abandonados-e-sem-esperancas-dura.html) e tomei conhecimento através da assessora do Deputado Hermano Morais que tal audiência ocorreria, pensei que pudesse falar da UERN nessa audiência já que o assunto seria educação, gentilmente ela me disse que isso não seria possível, pois, o foco era a greve dos professores e me convidou a participar dessa audiência. Pensei que certamente teria a mesma dimensão que audiência sobre energia eólica, haja vista que educação é fundamental e de extrema importância qualquer debate sobre essa temática. Para minha grata surpresa o auditório estava praticamente vazio, expressando a importância que a própria casa dá ao assunto. Fiquei até o fim e pude como poucos ouvir ao vivo a fala da professora Amanda Gurgel, que não foi a única a falar, mas, certamente foi a que melhor soube se expressar, melhor até que a Presidente do SINTERN ou da CUT. No fim entreguei ao Deputado responsável pela audiência duas solicitações, uma dela era justamente um pedido para se debater a UERN em uma audiência pública, extremamente gentil lembrou-me que já havia uma audiência com essa temática marcada para acontecer em Mossoró e que teria a participação da Deputada Larissa Rosado. Nada de mais.
Impressionou-me o fato de um assunto tão importante contar com pouca participação da sociedade, e apenas dois alunos na plateia, eu a representante estudantil da escola técnica estadual.
Desde abril tentei marcar audiência com a Governadora e com a Secretária de Educação, mas, acho que elas não conversam com jovens. Mesmo tendo enviado tantos ofícios aos Deputados muitos se quer deram-se ao trabalho de responder, também acho que pode ser pelo fato de ser jovem e representante estudantil, ou seja, ninguém. Uma vez que não existe educação neste estado. Em audiência na última quinta-feira (19 de maio) em reunião com o Secretário de Planejamento do Estado onde estavam presentes o Reitor da UERN, o pro-Reitor de Planejamento da UERN, a ADUERN e o SINTAUERN, além do DCE da UERN e alguns representantes estudantis de curso, como eu, Geordânia(enfermagem Mossoró) e Davi (Computação Mossoró) e a ANEL (Associação Nacional dos Estudantes - Livres) questionei o secretário sobre quando o estado voltaria a investir em presídios. Justifiquei minha pergunta lembrando a ele que a sede da UERN que vem sendo prometida a quase dez anos aqui em Natal fica (lembrando que as obras estão paradas desde outubro de 2010 e sem previsão de retomada) dentro da área que compreende além do Complexo Cultural de Natal outros prédios, incluindo três presídios, que aliás são fonte de constantes fugas e que tais fugas representam ameaça de morte aos alunos do curso de Ciência da Religião da UERN que funciona dentro do Complexo Cultural de Natal e aos jovens e adultos que frequentam o Complexo através dos cursos que são ofertados a população da Zona Norte. Ele não quis dizer uma data e a frase mais constante era: “queremos uma trégua até o ano que vem, pois o estado encontra-se numa situação difícil”. Pensei em quantas fugas já ocorreram desde a inauguração do Complexo Cultural de Natal e quantas ainda estão por vir até o ano que vem. Quantos jovens precisariam morrer para que esse assunto tivesse importância para o estado?
Não queremos muito, apenas dignidade nas instalações que usamos e que são públicas e na forma e serviços que o estado nos fornece ou deveria fornecer.
O que mais me intriga é ter a Governador Rosalba recebido a Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário um dia após a reunião que tivemos com seu secretário de planejamento, que não tem nada além do discurso planejado. É questionável falar de Direitos Humanos uma Governadora que não tem um plano de segurança para os jovens que frequentam o Complexo Cultural e que são obrigados a conviverem os as fugas daqueles presídios e a contar com a sorte, mas, por quanto tempo ainda teremos que contar com essa sorte? Não se sabe! O que sei é que nós jovens potiguares estamos “sufocados” com essa ingerência e falta de perspectivas para promoção da qualidade nos serviços públicos, em especial a educação.

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